Hoje quero falar com você sobre uma das lesões mais comuns que vejo no consultório: a lesão do Ligamento Colateral Medial (LCM). No conteúdo a seguir, vamos explorar como essas lesões ocorrem, os diferentes graus de gravidade e as abordagens de tratamento que podem ser necessárias, desde a fisioterapia até a cirurgia. Se você está lidando com uma lesão no LCM ou simplesmente quer entender mais sobre como proteger seu joelho, convido você a continuar lendo. Vamos juntos nessa jornada de conhecimento e cuidado?
A lesão do ligamento colateral medial (LCM) é a mais comum no joelho. Esse ligamento, formado por múltiplos feixes, conecta o fêmur à tíbia na região interna do joelho, evitando o movimento excessivo para dentro (valgo) e contribuindo para a estabilidade rotacional.
O LCM é dividido em duas partes: o LCM profundo, que estabiliza o menisco medial fixando-o no fêmur e na tíbia, e o LCM superficial, que controla o movimento em valgo do joelho. A porção superficial tem duas inserções na tíbia, uma próxima à linha articular e outra cerca de 7 cm abaixo. O complexo ligamentar medial do joelho inclui ainda os ligamentos oblíquo posterior e oblíquo anterior, que também ajudam na estabilidade rotacional.
Lesões do LCM são comuns em esportes e podem ocorrer isoladamente ou em conjunto com outros ligamentos, como o LCA. Elas são classificadas em lesões parciais de baixo grau (ou estiramentos), parciais de alto grau e completas. Avaliar corretamente a extensão da lesão, os componentes do LCM afetados e a presença de lesões associadas é essencial para definir o melhor tratamento.
Lesões parciais e isoladas do LCM geralmente são tratadas de forma não cirúrgica, com imobilização, proteção do joelho e fisioterapia, permitindo o retorno ao esporte em poucas semanas. Já as rupturas completas e lesões associadas ao LCA ou LCP requerem tratamento cirúrgico.
Na cirurgia, dependendo do grau da lesão, podemos optar pelo reparo ou reconstrução do LCM. No reparo, fazemos um retensionamento do ligamento lesionado e, em alguns casos, usamos um reforço sintético (fibertape) para ajudar na cicatrização e permitir carga e movimento precoces. Na reconstrução, utilizamos um enxerto de tendão para substituir o ligamento lesionado, que, com o tempo, se transforma no novo LCM. Nas reconstruções, o tempo de recuperação é mais longo devido à necessidade de cicatrização do enxerto.
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