Hoje, quero convidá-lo a entender melhor a anatomia dos meniscos e as opções de tratamento para as lesões que podem afetá-los. Neste conteúdo, vamos explorar como essas estruturas de fibrocartilagem, essenciais para a estabilidade e função do joelho, podem sofrer lesões, sejam traumáticas ou degenerativas, e como decidimos o melhor caminho para sua recuperação. Se você ou alguém que conhece está lidando com dor no joelho, este material pode trazer informações valiosas. Convido você a continuar lendo para saber mais!
Os meniscos são estruturas de fibrocartilagem com consistência semelhante à borracha. Cada joelho possui dois meniscos: o lateral (externo) e o medial (interno), que têm características distintas. O menisco lateral é menor, em formato de “C”, mais móvel e bem vascularizado. Já o menisco medial, em forma de “meia lua”, é mais rígido e estável, desempenhando um papel maior na estabilidade do joelho.
A vascularização dos meniscos é variável, concentrada no terço periférico, com menos irrigação na região central, que é avascular. Essa característica é crucial ao definir os tratamentos para as diferentes lesões meniscais, que podem ser traumáticas (entorse) ou degenerativas (sobrecarga).
As lesões meniscais variam em extensão, tamanho, localização e tempo (aguda ou crônica). Para decidir o tratamento, analisamos não apenas as características da lesão, mas também os sintomas do paciente (dor, edema, travamento), os sinais clínicos específicos e fatores individuais, como idade, alinhamento dos membros, nível de atividade física e comorbidades.
Lesões degenerativas, estáveis, pequenas e com poucos sintomas mecânicos geralmente são tratadas de forma não cirúrgica, com foco em reabilitação física para melhorar mobilidade, equilíbrio e força muscular, além de controle da dor e inflamação. Lesões meniscais associadas à osteoartrite também costumam ser tratadas sem cirurgia, salvo exceções.
Lesões traumáticas, extensas, em áreas vascularizadas, especialmente em pacientes jovens (<60 anos) com sintomas mecânicos, devem ser tratadas cirurgicamente. O reparo meniscal é feito por artroscopia, usando técnicas variadas conforme a lesão.
A meniscectomia parcial, que remove a área lesionada, é usada quando a cicatrização é limitada, em lesões complexas ou crônicas. A recuperação é rápida, mas pode acelerar o processo degenerativo articular. O reparo com sutura, realizado sempre que possível, é a abordagem preferida hoje, mas requer um tempo de recuperação mais longo, incluindo o uso prolongado de muletas e, em alguns casos, imobilizadores.
O transplante de menisco é uma opção para pacientes jovens, submetidos a meniscectomia parcial ou total, sem degeneração articular, mas com sintomas mecânicos e limitação funcional. No Brasil, essa cirurgia é rara devido à dificuldade de obtenção e adequação do tecido meniscal.
IMAGENS: